Giovanna O. Silva

Economia formal
Economia formal é toda aquela atividade econômica que cumpre com as obrigações legais e fiscais, ou seja, arrecadam impostos e estão sob regulamentação. Os trabalhadores da iniciativa privada, por exemplo, são registrados no ministério do trabalho com carteira assinada, a empresa tem CNPJ, IE, etc. Paga impostos, tudo isso é fruto da formalidade.
Empresas formais
Parte importante do processo de desenvolvimento econômico se dá a partir dos ganhos de participação de mercado das empresas que possuem maior produtividade. Com esses ganhos, faixas cada vez maiores da população ativa são inseridas em empresas que adotam tecnologias e processos produtivos modernos. O comércio varejista é um exemplo dessa dinâmica. A análise demonstra que os formatos modernos – detentores de maior produtividade – ocupam cada vez mais espaço à medida que as economias se desenvolvem.
Na dinâmica normal do desenvolvimento, os formatos mais produtivos ganham mercado gradualmente.
No entanto, a competitividade criada artificialmente pelo não cumprimento das leis prejudica essa dinâmica, atrasando o processo de desenvolvimento como um todo. A situação acaba por deteriorar-se ainda mais quando a queda na rentabilidade das empresas formais reduz sua capacidade e disposição para investir.
Um caso real envolvendo a aquisição de uma empresa informal por uma formal no setor de varejo alimentício brasileiro ilustra o desafio de superar a vantagem da informalidade. A empresa adquirida sofreu forte queda em sua rentabilidade, apesar do aumento expressivo de produtividade obtido com a implementação de melhores práticas administrativas. A maior produtividade não foi suficiente para compensar os custos que passaram a ser incorridos em cumprimento da legislação fiscal e trabalhista e da perda do acesso a fornecedores também informais.
Os benefícios da informalidade podem gerar um questionamento sobre as vantagens da formalização.
É possível perceber, portanto, que a informalidade é prejudicial tanto para empresas formais como informais, e certamente para a economia como um todo. As barreiras à economia formal tais como as citadas anteriormente, criam uma dinâmica especial que acaba por gerar maior informalidade, menores investimentos e menores ganhos de produtividade, prejudicando o potencial de crescimento do PIB.
As barreiras ao crescimento da economia formal e a consequente informalidade reduzem o potencial de Crescimento do PIB.
A análise do McKinsey Global Institute em diversos países com elevado nível de informalidade concluiu que a formalização da economia contribuiria de forma significativa para o crescimento da produtividade e, portanto, do PIB per capita. Mesmo em países de desenvolvimento intermediário, como Turquia e Portugal, a informalidade está entre os principais responsáveis pela diferença de produtividade em relação aos países desenvolvidos, como podemos ver no quadro abaixo.

Economia informal
A economia informal responde quase pela totalidade das pequenas empresas brasileiras, segundo dados divulgados, em 19/05/2005, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na Ecinf 2003 (Economia Informal Urbana). O estudo feito em parceria com o SEBRAE traça um retrato da informalidade no país.
O número de pequenas empresas no país alcança 10,525 milhões - foram consideradas nesse caso as empresas não-agrícolas. Desse total, 98% fazem parte do setor informal, o equivalente a 10,335 milhões de empresas.
Pela metodologia da pesquisa do IBGE, empresa informal é aquela que não tem um sistema de contas claramente separado das contas da família e emprega de uma até cinco pessoas, incluindo empregados e pequenos empregadores.
A firma pode até ter CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), mas, se não tiver sistema de contabilidade próprio, é informal. Os trabalhadores por conta própria e os autônomos estão nesse universo. Mas uma pessoa que trabalha sem carteira assinada para uma empresa formal não está no universo da pesquisa.
Homens se tornam informais por desemprego e mulheres, pela renda
Segundo a pesquisa do IBGE, aproximadamente 31% dos proprietários de empresas informais indicam o fato de não terem encontrado emprego como motivo para iniciar o empreendimento. Entre as mulheres, 32% indicam a complementação da renda familiar como fator mais importante.
Esse padrão se verificou em relação aos proprietários de empresa que trabalhavam por conta própria. Entre os que são pequenos empregadores, homens ou mulheres, o principal motivo foi o desejo de se tornarem independentes.
Entre os proprietários do setor informal, uma parcela de 66%, são homens e, neste grupo, um total de 95% não tinham sócios.
A mão-de-obra das empresas informais é formada principalmente por trabalhadores do sexo masculino (64%). A única exceção é no caso da mão-de-obra não-remunerada, onde 64% eram mulheres.
35% das empresas informais funcionam na própria casa, diz IBGE
A pesquisa mostra que apenas 65% das empresas informais desenvolvem suas atividades fora do domicílio. O resultado é influenciado pelo peso das atividades de comércio e construção civil.
Entre as empresas informais, 27% funcionam exclusivamente no domicílio do proprietário e 8% funcionam no domicílio e fora dele.
Entre as atividades representadas no grupo comércio e serviços e que funcionavam fora do domicílio, 44% são feitas em lojas ou oficinas, 28% em vias públicas, 23% no domicílio do cliente e 5% em outros locais.
80% das empresas informais têm só uma pessoa ocupada, diz IBGE
A maior parte dos empreendimentos informais continua a ser formada por trabalhadores por conta própria que exercem sua atividade sozinha. Essa é uma das conclusões da pesquisa Ecinf (Economia Informal Urbana) divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados da pesquisa são referentes ao ano de 2003.
Segundo a pesquisa, 95% das empresas informais têm um único proprietário e 80% dispõem de apenas uma pessoa ocupada. Apenas 12% dos proprietários de empresas são pequenos empregadores, a grande maioria (88%) é formada por trabalhadores por conta própria.


Empresas informais
Os custos associados ao pleno cumprimento das leis pressionam empresas menos competitivas a entrarem e permanecerem na informalidade. Estabelece-se, assim, uma parcela cada vez maior da capacidade produtiva do País em empresas de produtividade intrinsecamente menor.
Em números, a diferença de produtividade entre os setores informal e formal é expressa de forma ainda mais contundente. No Brasil e na Turquia, estima-se que essa diferença seja de mais de duas vezes.
O setor informal apresenta produtividade menor do que o Formal.
Uma vez na informalidade, diminuem os incentivos e meios para que essas empresas invistam em capital físico ou humano ou na busca de maior produtividade. Por não serem entidades plenamente legais, seu acesso a empréstimos de instituições de crédito formais fica prejudicado. Negócios informais tampouco têm acesso ao Poder Judiciário para garantir o cumprimento de seus contratos, proteger seus direitos de propriedade ou resolver disputas, tornando arriscado expandir suas operações para fora de sua comunidade imediata. Além disso, a operação informal cria um desincentivo perverso ao crescimento, pois um negócio maior pode atrair a atenção do governo.
Empresas informais também tendem a estruturar suas relações com fornecedores e clientes de tal forma que se torna mais difíceis expandir. Varejistas informais, por exemplo, frequentemente compram produtos de produtores informais. Em muitos países, foram desenvolvidas cadeias de valor inteiramente informais, com vantagens de custo impossíveis de serem compensadas por competidores da economia formal. Esse é o caso do sistema de produção e distribuição de empresas de vestuário na Índia, refrigerantes no Brasil e produtos alimentícios na Rússia.
Giovanna O. Silva
                                              
Na atualidade é de extrema relevância conhecer, estudar e monitorar constantemente o comportamento dos consumidores, pois, com essa preocupação, os profissionais de marketing e gestores empresariais podem detectar oportunidades e ameaças aos seus negócios com a possível insatisfação ou recusa de seus clientes.

Na análise detalhada dos diversos comportamentos dos consumidores, é possível visar as melhores estratégias de lançamento de um produto ou a melhor forma de atacar na divulgação de um serviço, para que com isso, aconteça a relação que dar sentido ao trabalho dos profissionais da área de marketing, que dispõe da troca entre empresa e cliente, de forma a satisfazer as necessidades de ambos.

Fatores que influenciam o comportamento do consumidor:

Segundo Kotler (2000), são quatro os principais fatores, comentados a seguir:


Fatores culturais

Os fatores culturais exercem a mais ampla e profunda influência sobre o comportamento do consumidor. Os papéis exercidos pela cultura, subcultura e classe social do comprador são particularmente importantes.Acultura envolve valores, percepções, preferências e comportamentos familiares. As subculturas envolvem as nacionalidades, religiões, grupos raciais e regiões geográficas. As classes sociais são divisões relativamente homogêneas e duradouras de uma sociedade, e não refletem somente a renda, mas também outros indicadores como ocupação, nível educacional e área residencial. Costuma-se dizer que o homem é produto do meio., ou seja, tudo o que acontece no lugar onde as pessoas vivem influencia diretamente seu modo de agir e pensar.


Esta posição não poderia ser diferente no que diz respeito ao comportamento das pessoas como consumidores, em que diversos fatores do meio onde vivem afetam-nas diretamente.



Fatores sociais



Assim como os fatores culturais, os fatores sociais são decorrentes do meio onde as pessoas vivem, porém com mais proximidade, como grupos de referência, família, incluindo-se aí os papéis e posições sociais. Os grupos de referência compreendem todos aqueles que têm influência direta ou indireta sobre as atitudes ou comportamentos da pessoa. Os grupos que têm influência direta sobre uma pessoa são denominados grupos de afinidade (família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho). A família é a organização de compra de produtos de consumo mais importante da sociedade, e a posição da pessoa em cada grupo pode ser definida em termos de papel e posição social. Um papel sugere atividades que se espera que uma pessoa desempenhe, a exemplo do papel de filha, de mãe, entre outros. A posição social está relacionada com o status do indivíduo na sociedade.



Fatores pessoais



Estes fatores envolvem diretamente a pessoa: sua idade, ocupação, condições econômicas e estilo de vida. Tais fatores influenciam muito o consumidor. Os jovens executivos, por exemplo, compram ternos, enquanto jovens atletas adquirem agasalhos esportivos.



Fatores psicológicos

As escolhas de compra de uma pessoa são também influenciadas por quatro importantes fatores psicológicos: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes. Muitas vezes as pessoas são motivadas a comprar, ou não, por fatores que não são externos, e sim internos, ou seja, por desejos vindos do seu subconsciente. São os chamados fatores psicológicos.

A decisão de comprar um produto ou serviço é um momento importante para consumidores. Isto significa que as estratégias de marketing devem ser inteligentes, eficazes e direcionadas ao mercado-alvo de acordo com o conhecimento percebido da maneira que cada consumidor obtém seus produtos ou serviços. Dentro deste contexto, uma análise das influências no processo de compra dos consumidores finais - o que pensam, como agem, quem influencia suas decisões - passa a ter uma importância fundamental.


As compras realizadas pelos consumidores são baseadas na motivação e expectativas de consumo. Neste sentido, as influências tornam-se decisivas no momento da efetivação da compra. Tanta os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos se fazem importante compreender, mas cabe ressaltar que dentre as principais influências ressaltadas, talvez à família seja a mais importante determinante no processo de compra, devido à estreita e contínua interação entre seus integrantes.



Enfim, para garantir a compra e fidelização do cliente, é relevante analisar o comportamento do consumidor e usar de influências para motivar e finalizar o processo de compra de forma que o resultado seja satisfatório para ambos os envolvidos.




 Fontes:
Giovanna O. Silva

Os serviços na economia moderna vêm ganhando cada vez mais espaço. O que antes era apenas um mero detalhe, hoje em dia é algo que reproduz a excelência e a qualidade. As empresas sentiram que com o passar do tempo, seus clientes foram ficando cada vez mais críticos, exigindo sempre não somente um produto de qualidade, mais sim um produto com valores agregados.

Surge então na economia a Gestão de Serviços. Nessa gestão a idéia dos empreendedores é entender o seu cliente, desde o primeiro contato com a real necessidade, dando todo o suporte de atendimento, até um momento pós venda já visando à venda futura, criando assim uma vantagem competitiva. A frase “cliente tem sempre razão” ganha um maior significado e a relação fornecedor x cliente muda para sempre. 

Serviço:
Serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra. Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e normalmente não resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção. São atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como decorrência da realização de uma mudança desejada pelo destinatário do serviço. (Lovelock, Christopher, 2003, p. 05).

A definição de serviço por ser muito abrangente, gerou por anos grande dificuldade em conseguir elaborar uma definição. Sempre foi mais fácil definir o que era Setor Industrial, Setor Têxtil, Setor Agrícola por ser serem setores que trabalham com uma matéria prima para gerar um produto. Já o Setor de Serviço não.

Esse setor não gerará um produto, mas sim um ato que trará benefício ao cliente.



Administração de Serviços:

Antigamente o foco das empresas era vender os produtos a qualquer modo. O vendedor era habilitado somente para a apresentação do produto e ao fecho da venda e por isso, eram preparados a praticar técnicas de venda em que deveriam ser capazes de “obrigar” os clientes a comprar os seus produtos ou serviços. Esta forma de venda é conhecida como Hard-Selling. A venda não agregava nenhum valor, não existia follow-up (dar prosseguimento, continuidade a um relacionamento) e muito menos um pós venda.

Com o passar do tempo os empreendedores sentiram necessidade de mudar essa gestão. Começaram a sentir que nem sempre os clientes ficavam satisfeitos com a qualidade e valor dos serviços que recebiam. Sentiram que os consumidores foram se modernizando e ficando consequentemente muito mais exigentes.

O psicólogo Abraham Maslow desenvolveu dentro de sua Teoria da Motivação, uma hierarquia das necessidades que os homens buscam satisfazer. Estas necessidades se representam em forma da Piramide de Maslow.

Surgem então fornecedores que entenderam a importância dessa pirâmide, que sabiam como agradar seus clientes e, ao mesmo tempo, administrar uma operação produtiva, lucrativa e dotada de pessoal agradável e competente.

A administração de serviços sugere uma nova urgência na forma de ver, entender e valorizar o cliente.

Os vendedores dedicam mais tempo a perceber as necessidades dos clientes e conquistar a sua confiança do que propriamente à apresentação do produto e fecho da venda como antigamente. Fazem uma abordagem emocional, criando um ambiente de confiança e assim conseguindo estabelecer uma estável relação com o cliente. 

A administração de serviços ganhou atenção das empresas por se apresentar como um grande diferencial competitivo. 

Gianesi (1994) destaca sete fatores que propiciam o aumento da demanda por serviços:
1- Desejo de melhor qualidade de vida;
2- mais tempo de lazer;
3- a urbanização, tornando necessários alguns serviços (como segurança, por exemplo);
4- mudanças demográficas que aumentam a quantidade de crianças e/ ou idosos, os quais consomem maior variedade de serviços;
5- mudanças socioeconômicas como o aumento da participação da mulher no trabalho remunerado e pressões sobre o tempo pessoal;
6- aumento da sofisticação dos consumidores, levando a necessidades mais amplas de serviços;
7- mudanças tecnológicas (como o avanço dos computadores e das telecomunicações) que têm aumentado a qualidade dos serviços, ou ainda criado serviços completamente novos.
(Gianesi, 1994, p. 17)
Os serviços possuem uma interatividade maior com os clientes, por sua proximidade os serviços hoje são considerados os maiores responsáveis pela conquista e fidelização dos mesmos. A gestão de serviços poder ser caracterizada pela presença e participação do cliente, produção e consumo simultâneos. Podendo ser classificada como:

ü  serviços profissionais (consultorias especializadas, consultórios médicos, escritórios de advocacia);

ü  loja de serviços (restaurantes, agências de viagens, postos de gasolina) e

ü  serviços de massa (estádios de futebol, grandes hipermercados). 

O papel da administração de serviços em uma empresa de manufatura é de planejar propostas de serviços de forma a agregar valor aos produtos comercializados, objetivando a vantagem competitiva da empresa perante suas concorrentes. Em empresas de serviços, seu papel passa a tomar parte na estratégia da empresa, na produção e controle da qualidade, satisfação e fidelização de seus serviços, garantindo o crescimento sustentando através da comercialização constante dos serviços.


-Para se tornar essa empresa campeã são necessários padrões e hábitos, colocando-se numa categoria muito diferenciada do restante do mercado, procurando isolar essas características vencedoras. É importante acreditar que qualidade traz lucro e que conhecer a fundo seus clientes é a melhor opção.

Conhecer o cliente interno é tão importante quanto conhecer o cliente externo e a definição da estratégia da empresa deve ser alinha com todos, para transparecer consistência perante o cliente final.

Pode ser afirmar que nos dias de hoje a maioria das empresas já perceberam a evolução dos seus clientes e seus desejos. Perceberam o quanto é importante trabalhar com a gestão de serviços para conseguir atender essa nova demanda. É necessário então trabalhar além da gestão de serviços, é necessário buscar a excelência e a perfeição da qualidade para se criar uma vantagem competitiva e sobreviver na economia moderna. 



“O serviço agregado ao produto adiciona valor á oferta final, o que significa diferencial competitivo para as empresas e seus produtos, satisfação e fidelização de seus serviços, garantindo o crescimento através da comercialização constante dos serviços e objetivando a vantagem competitiva da empresa perante suas concorrentes.”

Palavras chave:

ü  foco no cliente

ü  presença e participação do cliente

ü  diferencial competitivo

ü  geração de lucro

ü  satisfação do cliente

ü  interatividade

 Fontes:
               GIANESI, Irineu G. N.; CORRÊA, Henrique L. Administração estratégica de serviços. São Paulo: Atlas, 1994.
                Lovelock, Christopher, 2003, p. 05
                Relatório: Veris IBTA GEEN 0535 Campinas/2011
Giovanna O. Silva

O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público.
O Terceiro Setor não é público nem privado, mas sim uma junção do setor estatal e do setor privado para uma finalidade maior, suprir as falhas do Estado e do setor privado no atendimento às necessidades da população, numa relação conjunta.

A sua composição é lastreada por organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela participação voluntária, de natureza privada, não submetidas ao controle direto do Estado, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia, trabalhando para realizar objetivos sociais ou públicos, proporcionando à sociedade a melhoria na qualidade de vida, atendimento médico, eventos culturais, campanhas educacionais, entre tantas outras atividades.


Terceiro Setor é o conjunto de sociedades privadas ou associações que atuam no país sem finalidade lucrativa. O terceiro setor atua exclusivamente na execução de atividades de utilidade pública. Possuem gerenciamento próprio, sem interferências externas.

Entre as organizações que fazem parte do Terceiro Setor, podemos citar principalmente as ONGs (Organizações Não Governamentais) e OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público).

O Terceiro Setor é composto por 14 catergorias:

·         Serviço Notarial e Registral (Cartório);

·         Organização Social;

·         Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP);

·         Outras Fundações Mantidas com Recursos Privados;

·         Serviço Social Autônomo;

·         Condomínio em Edifícios;

·         Unidade Executora (Programa Dinheiro Direto na Escola);

·         Comissão de Conciliação Prévia;

·         Entidade de Mediação e Arbitragem;

·         Partido Político; 123

·         Entidade Sindical;

·         Filial, no Brasil, de Fundação ou Associação Estrangeira;

·         Fundação ou Associação Domiciliada no Exterior;

·         Entre Outras Formas de Associação.

Outra característica importante das associações do Terceiro Setor é que elas contam com uma grande quantidade de mão-de-obra voluntária (que não recebem remuneração pelo trabalho).

As associações do Terceiro Setor atuam, principalmente, prestando serviços para pessoas carentes que não podem contratar serviços do setor privado (segundo setor). Como o setor público (primeiro setor) não consegue, em nosso país, atender com qualidade todas as pessoas necessitadas, o Terceiro Setor assume um papel de fundamental importância.

O Terceiro Setor é mantido com recursos de doações de empresas e pessoas físicas e, também, com repasse de verbas públicas. Existem também muitas associações que conseguem obter recursos através da organização de festas, jantares, bazares e venda de produtos (camisas, agendas, etc).

As associações do Terceiro Setor têm como objetivo principal a melhoria da qualidade de vida das pessoas necessitadas. Portanto, atuam nas áreas de educação, saúde, esportes, lazer, orientação vocacional, qualificação profissional, cultura, etc.

Fontes:
Kanitz, Stephen. Terceiro Setor.Disponivel em: <http://www.filantropia.org/OqueeTerceiroSetor.htm
www.suapesquisa.com/o_que_e/terceiro_setor.
Giovanna O. Silva
Fordismo, Toyotismo e Volvismo: Os Caminhos da Indústria em Busca do Tempo Perdido.
                Os métodos de produção e a forma de organização do trabalho dominante nas companhias dos países industrializados ocidentais, a partir da década de 70 trouxeram uma nova ameaça perante a indústria euro- americana predefinida ate então a supremacia no mercado.

ORGANISMOS COMO MÁQUINAS: FORD E A PRODUÇÃO EM MASSA

As origens da organização mecânica

                O conceito de organização (que vem do grego organon, que significa instrumento) perdeu sua força no desenvolvimento capitalista, onde as organizações passaram ter fim em si mesmas.
                No processo de industrialização passamos a usar maquinas como metáforas para nós mesmos e a moldar o mundo de acordo princípios mecânicos. O trabalho nas fábricas passou a exigir horários rígidos, rotinas predefinidas, tarefas repetitivas e estreito controle.  Nesse processo a vida humana sofreu grandes transformações, desde a forma de produção até a própria constituição da sociedade.
                Mais a ideia central continuo sendo que as organizações são sistemas racionais que devem operar da forma mais eficiente possível. E foi fazendo uso dessa ideia que Taylor desenvolveu princípios baseados na separação entre trabalho mental e físico e na fragmentação das tarefas. A aplicação desses princípios resultaram em uma nova força trabalho, marcados pela perda das habilidades genéricas manuais e um aumento brutal da produtividade. Uma das chaves do sucesso da indústria americana por muitos anos foi a utilização desses princípios na expansão da industrialização.
                Administrar uma organização como maquina significa fixar metas e estabelecer formas de atingi-las; organizar tudo de forma racional, clara e eficiente; detalhar todas as tarefas e, principalmente controlar. Logo no inicio o gerenciamento científico foi visto como uma solução para vários problemas, mas organizações orientadas pelo enfoque gerencial mecanicista é que depois de um tempo elas tendem a gerar um comportamento caracterizado pela acefalia, falta de visão critica, apatia e passividade.
                O mecanismo baseia-se na racionalidade funcional ou instrumental, que indica o ajuste das pessoas e funções ao método de trabalho ou um projeto organizacional predefinido.
                O enfoque mecanicista atingiu muito sucesso nas organizações, tornando-se assim muito popular e por razões justas. Além de os princípios articulados por essa visão passarem a integrar os modelos de poder e controle existentes.
Henry Ford e a produção em massa.

                Antes do processo de produção em massa, as organizações eram decentralizadas, o volume de produção era baixo, o processo de fabricação variava quase que de veiculo para veiculo e as maquinas – ferramentas eram de uso geral. Os custos de produção eram muito altos e não caiam com o aumento do volume. Só os ricos podiam comprar carros; os carros eram de baixa qualidade e pouco confiável.
                No século XIX quando a indústria atingia um patamar tecnológico e econômico, Henry Ford implantou seus conceitos de produção, conseguindo com isto reduzir consideravelmente os custos e melhorar substancialmente a qualidade.
                Ao contrário do que muitos penam o conceito de produção em massa não é uma ideia de linha contínua, mas sim a completa e consistente intercambiabilidade de partes e a simplicidade de montagem.
                As mudanças ocorridas permitiram reduzir o esforço humano na montagem, aumentar a produtividade e diminuir os custos proporcionalmente à elevação do volume produzido. Reduzindo também o tempo de preparação das máquinas fazendo com que elas executassem apenas uma tarefa por vez sendo colocadas em uma sequencia lógica.
                Mas com a produção em massa o trabalhador tinha uma única tarefa, ao contrário do processo manual, não comandava, não preparava ou reparava equipamentos, não inspecionava a qualidade, muito menos conhecia a atividade exercida pelo seu vizinho.
                O modelo de produção em massa depois dos anos 30 passou por um considerável declínio, mas Alfred Sloan conseguiu resolver o problema, implantando um rígido sistema de controle. Mas, a partir de 1955, o modelo mostrou novamente sinais de esgotamento.
                Com as fabricantes europeias também aplicando o modelo, mas com novas adaptações, a crise do petróleo dos anos 70 e novos concorrentes vindos do Japão, o modelo Fordista definitivamente entrou em choque.

ORGANIZAÇÕES COMO ORGANISMOS: TOYOTA – ASCENSÃO DA PRODUÇÃO FLEXÍVEL

A descoberta das necessidades organizacionais e dos imperativos do meio ambiente

                No início do século a ideia de que empregados possuíam necessidades complexas que precisavam ser supridas, não tinha fundamento. Mayo foi um dos primeiros a se dedicar e estudar as necessidades sociais no local de trabalho, a importância dos grupos informais e priorizar o lado humano da organização. Maslow, também teve uma participação considerável, conceituando o ser humano como organismo psicológico que procura satisfazer suas necessidades de crescimento e desenvolvimento. Herzberg e Mc Gregor, por sua vez, abordaram a integração dos indivíduos nas organizações através de funções mais enriquecedoras, levando a maiores níveis de criatividade e inovação, criando assim o Gerenciamento dos Recursos Humanos. A contribuição da Teoria dos Sistemas considera que, as organizações são sistema abertos e tendem a encontrar uma relação com o ambiente para garantir sua sobrevivência. A Teoria da Contingência começou seu desenvolvimento, e tendo enfoque na questão do impacto da tecnologia na estrutura.

Toyota – a ascensão da produção flexível

                O Sistema Toyota de Produção (Produção Flexível) teve surgimento a partir do momento que o a produção em massa não poderia ser implantado com bons resultados no Japão. Nascendo assim o sistema de produção mais eficiente e a maior empresa automobilística já conhecida até hoje.
                No inicio vários problemas foram encontrados como: o mercado pequeno, a força de trabalho local não se submeter ao conceito taylorista, compra de tecnologia dificultada e exportações remotas.
                Perante as dificuldades foi então desenvolvido uma serie de inovações técnicas que possibilitaram uma grande redução no tempo necessário, redução dos custos de inventário e a possibilidade da detecção quase instantânea dos problemas de qualidade.
                O sistema flexível da Toyota foi bem sucedido em capitalizar as necessidades do mercado consumidor e se adaptar às mudanças tecnológicas. Ao mesmo tempo em que os veículos foram criando mais complexidade e o mercado exigindo maior confiabilidade e maior variedade de modelos.
                A vantagem do toytismo sobre o fordismo é a sua maior adaptabilidade às condições ambientais, a inovação além da flexibilidade e a constante motivação de seus colaboradores.

ORGANIZAÇÕES COMO CÉREBROS – VOLVO: O CAMINHO DA FLEXIBILIDADE CRIATIVA

O rumo da auto-organização


                Nenhum modelo ou sistema tem capacidade de superar o cérebro quanto vetor de ação inteligente.
Duas imagens do cérebro como forma de estabelecer uma ponte entre suas características e a aplicação dos princípios decorrentes ao mundo organizacional, serão abordadas.
    A primeira é a imagem da organização como sistema de processamento de informações. A segunda é a da organização como sistema holográfico.
                Segundo Simon, as organizações não são totalmente racionais, pois seus membros têm acesso a redes limitadas de informação. Esta limitação é contornada pela criação de planos, normas e procedimentos, que visam a simplificar a realidade organizacional. Enquanto organizações mecanicistas utilizem sistemas rígidos, organizações organicistas possuem processos mais flexíveis. 
                Varias indagações são feitas perante a imagem de um sistema cérebro. Questionando como um sistema pode ser inteligente ou até mesmo aprender. A cibernética enfoca estas questões através do estudo da informação, comunicação e controle. Sendo o ponto central a capacidade de auto- regulação.
                Quatro princípios foram desenvolvidos a partir dos conceitos de single-loop (aprendizado) e double-loop (aprendizado do aprendizado). São os seguintes:

ü  Capacidade de sentir ou monitorar o ambiente;
ü   Relacionamento das informações colhidas com normas predefinidas;
ü  Detecção das variações;
ü  Início da correção.

                A visão da organização como sistema holográfico pode ser descrita de tal forma: no cérebro cada neurônio é conectado a milhares de outros, num sistema ao mesmo tempo especialista – cada componente tem funções especificas – com grande intercambiabilidade. O controle e execução não são centralizados.
                Um projeto organizacional com essas características, que são chamadas de holográficos, deve adotar quatro princípios.
ü  Fazer o todo em cada parte;
ü  Criar conectividade e redundância;
ü  Criar simultaneamente especialização e generalização; e
ü  Cria capacidade de auto-organização.

                Sem redundância, não há reflexão e evolução. Sendo o grau de redundância a função da complexidade do meio ambiente. O objetivo é dotar a organização do máximo de flexibilidade e capacidade de inovação, o aprendizado do aprendizado é um ponto fundamental, pois evita que um excesso de flexibilidade leve ao caos. Permite, igualmente, ao sistema, guiar-se em relação às normas e valores existentes.
                Criar sistemas que tenham a capacidade de inovar tem o desafio de projetar sistemas capazes de auto-organização. Visualizar a organização como cérebro, ou holograma, permite estabelecer uma nova fronteira além da racionalidade instrumental que permeia as análises mais comuns hoje praticadas e redirecionar a ação gerencial.
Volvo: o caminho da flexibilidade criativa

                A Volvo chama atenção por desafiar os princípios fordistas e toyotistas, embora possa ser confundido ao retorno dos processos manuais.
                Uddevalla, a nova planta, une flexibilidade funcional na organização do trabalho com um alto grau de automação e informatização, sendo também um exemplo de produção diversificada de qualidade.
                Sua estratégia parece combinar os requisitos e demandas do mercado, os aspectos tecnológicos, os imperativos do dinâmico processo de transformação da organização do trabalho e as instáveis condições da reestruturação da indústria.
                    Operando num mercado de trabalho complexo, a Volvo adequou sua estratégia a dois fatores fundamentais: a internacionalização da produção e a democratização da vida no trabalho. Foi construída levando em consideração a presença humana. O nível de ruído é baixo, a ergonomia esta presente em todos os detalhes e o ar é respirável.
                O objetivo da volvo é projetar um trabalho tão ergonomicamente perfeito, que torne os operários mais saudáveis, além de aumentar a produtividade, reduzir custos e produzir com a mais alta qualidade.
               A combinação de alta tecnologia com um criativo projeto sociotécnico também possibilitou uma redução da intensidade de capital. Isto permitiu imensa flexibilidade tanto de produto quanto de processo.

CONCLUSÃO

Linha evolutiva dos três “ismos”


FORDISMO
TOYOTISMO
VOLVISMO
ü  Produção em massa.
ü  Produção flexível
ü  Produção flexiva e criativa


Fordismo: O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção. Também não era necessária utilização de mão-de-obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa dentro de sua etapa de produção.
Toyotismo: O Toyotismo tinha como elemento principal, a flexibilização da produção. Ao contrário do modelo fordista, que produzia muito e estocava essa produção, no toyotismo só se produzia o necessário, reduzindo ao máximo os estoques. Essa flexibilização tinha como objetivo a produção de um bem exatamente no momento em que ele fosse demandado, no chamado Just in Time. Dessa forma, ao trabalhar com pequenos lotes, pretende-se que a qualidade dos produtos seja a máxima possível. Essa é outra característica do modelo japonês: a Qualidade Total.
Volvismo: nessa linha, o operário tem um papel completamente diferente daquele que tem no fordismo, e ainda mais importante que no toyotismo: aqui é ele quem dita o ritmo das máquinas, conhece todas as etapas da produção, é constantemente reciclado e participa, através do sindicatos, de decisões no processo de montagem da planta da fábrica (o que o compromete ainda mais com o sucesso de novos projetos).

Fonte:
Artigo: Fordismo, Toyotismo e Volvismo: Os Caminhos da Indústria em Busca do Tempo Perdido
Autor: Thomaz Wood Jr:  Engenheiro Químico pela UNICAMP, Mestrando em Administração de Empresas da EAESP/FGV e Profissional do Setor Fibras e Polímeros da Rhodia S.A.